"Sempre conservei uma aspa à esqueda e à direita de mim." - Clarisse Lispector
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Você uma vez me disse que era melhor eu falar tudo e não esconder nada, porque se não você nunca ia me conhecer direito e se errasse nunca ia saber, se fizesse algo que eu não gostava, você nunca ia saber. E eu disse tudo, tudo. Tantos dias tentando esconder a pessoa neurótica e descontrolada, a boba que se apaixona em uma semana, a ingenua que acredita em tudo, e em menos de 5 minutos você fez essa toda louca aparecer e se mostrar inteiramente pra você. A criança mimada que quer tudo na hora não soube obedecer ao meu pedido para continuar quieta dentro de mim, para pelo menos, você poder continuar tendo uma imagem de uma mulher madura e sem crises de ciumes. Mas não, cansei de inventar um jogo e querer que você participe dele. Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim? Não sei se esse foi meu maior erro, só percebi que você gostava era da personagem que eu criava de mim, a molengona mas que sabe ser durona quando necessário.
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