"Sempre conservei uma aspa à esqueda e à direita de mim." - Clarisse Lispector

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


    "Tomara que você volte depressa, que você não se despeça nunca mais do meu carinho. E chore, se arrependa e pense muito, que é melhor se sofrer junto que viver feliz sozinho. Tomara que a tristeza de convença, que a saudade não compensa e que a ausência não dá paz. E o verdadeiro amor de quem se ama, tece a mesma antiga trama que não se desfaz. E a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais."         Vinícius de Moraes
    

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Carpe diem!

 
     "Mas se você escutar bem de perto, você pode ouví-los sussurrar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas." (Professor Keating, A Sociedade dos Poetas Mortos)


               Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.

                              Tom Jobim


Do filme PS: Eu te amo


 "Querida Holly, Eu não tenho muito tempo, não digo literalmente é que você foi comprar sorvete e vai voltar logo! Mas tenho a impressão de que é a última carta porque só resta uma coisa pra dizer, não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur, você pode se cuidar sem a minha ajuda, é para dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou me amando, você fez de mim um homen, Holly, e por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou insegura ou perder completamente a fé vai tentar olhar para si mesma com meus olhos. Obrigado pela honra de ter você como esposa, eu não tenho o que lamentar, tive muita sorte. Você foi a minha vida Holly, mas eu sou apenas um capítulo da sua, haverá mais eu prometo portanto aqui vai o meu grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo, fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual.
 ps: Eu sempre vou te amar."

sábado, 18 de dezembro de 2010


  "Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."

  Caio Fernando de Abreu .


  
Se você soubesse como gosto de suas cheganças,
você chegaria correndo todo dia.



***
Chico Buarque

   Gosto de pessoas e amores inteiros. Porque não sei me dar pela metade nem por partes. Eu transbordo. E se você também for do time que transborda, vem pra cá.

Eu acredito em você, porque você foi a primeira pessoa que me fez acreditar em mim.



   Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre, mesmo que acabe semana que vem, nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou toca a campanhia da minha casa. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

  
   E eu amo seu sorriso, infinitamente mais bonito do que qualquer outro. E aquela risada espontânea, e o querer me irritar porque me acha bonita quando fico nervosa. Se for pra eu parar de te querer, faça tudo certo, simplesmente isso. Ligue, procure, fale coisas lindas, diga tudo o que sente. Deixe na cara que tem medo que eu vá embora, não hesite em planejar nosso futuro com casa de cerquinha branca e mostre o quanto me ama. Faça tudo perfeitamente bem, tome cuidado pra não se atrapalhar em nada. Aí sim, eu vou enjoar de você. Não vou atender ligações, vou odiar tanta melação. Porque é maravilhosa a maneira que eu descubro de reviver a cada vez que fazemos as pazes depois de alguma discussão. Porque renova o espírito descobrir sem querer que nos gostamos da mesma maneira, na mesma medida, e que não queremos que isso acabe - só aumente. Que queremos nos ceder casa, quarto, cama, carinho, cuidado e espaço no coração e pensamento. E isso me faz não querer desistir. Me dá medo de sofrer de novo, como nas últimas vezes, mas aí me lembro de você rindo por ter me provocado até eu virar uma fera, e depois falar "você fica tão bonitinha quando tá brava", e me fazer rir. Esquece o fazer tudo certo, tá? Faça tudo errado, imprevisível, torto, e continue me fazendo acreditar na gente. E me fazendo te querer, sabendo que vai valer a pena te esperar.

O que eu aprendi sobre o amor, filho...


    É que ele é feito de faltas e presenças. E que nenhuma das duas pode faltar. Aprendi que o amor é feito de liberdade. É como ter, todos os dias, muitas outras opções. E ainda assim fazer a mesma livre escolha.



-Devíamos ter mais opções de escolha.
-Como assim ?
- Escolher de quem gostar, por exemplo ..- Isso não dá .
- E se desse, o que você faria ?
- Ainda assim escolheria você.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


    Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não precisa entender o medo que isso dá, mas talvez um dia possa ter carinho.     Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu sinto o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e perfeita e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você que te maltrato. Minha mão acostumada com um mundo de chatices e coisas feias fica tão gigante quando pode tocar algo lindo e puro como você, que sufoca, esmaga e estraçalha. Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma.

   Um dia me disseram que “quanto mais alto o vôo, maior a queda”. Eu custo a acreditar nisso…porque na verdade nunca tive medo de voar. E talvez esse ditado popular fosse uma maneira se conseguir oprimir desejos e planos otimistas. Eu vivo o hoje, mesmo que pense no amanhã. Não deixo de viver nunca por causa de medo de cair ou dar com a cara no muro. Realidade demais para você? Pra mim não, porque no meu reino sonho vira realidade, sim. E voar é para os que tem asas e não para qualquer um. Aqui, “quanto mais alto o vôo, mais bela a vista”.


     Você uma vez me disse que era melhor eu falar tudo e não esconder nada, porque se não você nunca ia me conhecer direito e se errasse nunca ia saber, se fizesse algo que eu não gostava, você nunca ia saber. E eu disse tudo, tudo. Tantos dias tentando esconder a pessoa neurótica e descontrolada, a boba que se apaixona em uma semana, a ingenua que acredita em tudo, e em menos de 5 minutos você fez essa toda louca aparecer e se mostrar inteiramente pra você. A criança mimada que quer tudo na hora não soube obedecer ao meu pedido para continuar quieta dentro de mim, para pelo menos, você poder continuar tendo uma imagem de uma mulher madura e sem crises de ciumes. Mas não, cansei de inventar um jogo e querer que você participe dele. Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim? Não sei se esse foi meu maior erro, só percebi que você gostava era da personagem que eu criava de mim, a molengona mas que sabe ser durona quando necessário.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


    "Quando ele liga e ouço aquela voz, eu sei que aquela é a voz que minha alma precisava. Quando ele sorri desarmado, limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava."



" E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."


        Do livro O Pequeno Príncipe. Um dos mais, se não o mais verdadeiro.

    Eu quero que ele saiba que dormir ao seu lado e mesmo as discussões mais banais eram coisas realmente esplêndidas, e as palavras difíceis que sempre tive medo de dizer podem agora ser ditas: eu te amo.



     Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O que você nunca vai saber



      "Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.

       Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.
       Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem."


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010



   "Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."


   'Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo. E a gente ainda precisa ser superequilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando* tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando.'


    Destino. E mesmo com todas as definições existentes, nenhuma explicação se encaixa a uma palavra magnificamente auto-descritiva. Confesso que já relutei para não acreditar, um minuto se quer no destino, talvez para não perceber que parte do meu futuro tem envolvimento com algo que eu não conheço, eu tive medo. Medo de dizer, que o meu destino quis que estivesse aqui agora, escrevendo sobre essas linhas o que penso, medo de admitir que meu destino quis se encontrar com o destino de outra pessoa, e de outra, e outra e voltar à primeira. Eu sou fragilidade, felicidade e carinho. O destino construiu meu caráter permitindo que pessoas tão especiais estivessem ao meu lado, o destino construiu meu modo de amar fazendo com que o desconhecido fosse a minha escolha preferida, ser filha dos meus pais, e irmã da minha menina e do meu meninão é coisa do destino, ele faz da minha insegurança obstáculos e não me ensina a ultrapassá-los, mas como recompensa ao final da historia, o destino me mandou braços quentes, para longos abraços de conforto.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010




    "Queria dizer pra vocês que eu enchi quatro sacos de coisas velhas e mortas e joguei no lixo. Queria dizer pra vocês todos que, pela primeira vez na vida, depois de cinco anos, ele me ligou e eu não atendi, por pura preguiça de andar pra trás ou aceitar um amor de quem tem medo de esperar pelo amor. Queria dizer que eu não acho mais que fulana passou do peso, que fulana passou da conta de imbecilidades e que fulano se esqueceu de ser real. Eu apenas queria dizer que eu tô bem em forma, sou bem bacana e, graças a Deus, tenho plena certeza do que vim fazer nesse planeta. Queria aproveitar para fazer um elogio a mim, sim, CHEGA DE ME DETONAR. Queria te dizer, sua escrotinha que dorme comigo todas as noites, que nenhuma das vezes em que eu cheguei perto da janela e fiquei na ponta dos pés, eu estava sendo sincera. Queria te dizer que, apesar de você se sentir imensamente sozinha de vez em quando, eu sou milhares, e todas essas milhares te acham a melhor mulher do mundo. Queria bater palmas pra todas as vezes em que você sacrificou o que você mais amava em nome de seguir a diante com o teu fígado e todas as vezes em que você ficou pequenininha para que ficar grande fosse ainda maior. Obrigada por nunca ter fugido de mim, obrigada por ter me encontrado, obrigada por estar aqui. Confie que agora, de dentro de mim, conquistar o mundo vai ser ridículo. Ah, e tem mais: sua bunda até que é bonitinha, mas o resto é um arraso. Hoje eu acordei nervosa e irritada com a minha viagem, aí parei e pensei: chega de se boicotar minha filha, tá na hora de você ser muito feliz! Gente, tá na hora da gente ser muito feliz. Primeiro porque somos de verdade, depois porque somos filhos de Deus e, pra terminar, porque existe escova progressiva!" - Tati Bernardi .

      Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você ...


"O sertão é dentro da gente. E esse sertão não é feito apenas de aridez e provocação, mas também de veredas, de estações de alívio e beleza em meio à solidão." -Guimarães Rosa.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Por que você ama quem você ama?




  "Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar (ou quase). Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?
       Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!"


      "Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significam nada para ele. Um graveto encontrado serve. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou burro, esperto ou bobo. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dara o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"
   Do livro Marley e Eu, um dos mais emocionantes que eu já li.


     Eu quero eternizar o seu sorriso lindo – mas eu nunca falei dele pra você. Nem falei do seu cheirinho bom. Que é o cheiro de uma nova vida que eu estava precisando tanto. E você nem sonha que eu sou meio ciumenta, bem chata, quero ser mãe e acredito no amor da minha vida.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Retornando



  Havia dado um tempinho do blog, aliás, um bom tempo. Quase 3 meses dedicados à arrumar o coração, a casa .. afogar mágoas, lavar o rosto, e como dizia meu amigo Caio Fernando de Abreu, poder ter "valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz". É isso, acho que consegui! Espero poder continuar pensando e me sentindo assim sempre.

domingo, 5 de setembro de 2010


   Em menos de dez minutos você se lembra de tudo. Você se lembra o motivo ou os motivos que fizeram tudo se perder. E você se lembra que não é culpado e que, talvez, os outros também não sejam. Assim é a vida. Você se lembra que o grande amor da sua vida. O maior. Aquele que você nunca superou. É o tipo da pessoa que faz questão de ficar a noite inteira longe de você só porque acha charmoso ficar longe de você e não porque queira ficar longe de você. Ele prefere ser descolado do que humano. E você lembra daquela sensação que sentia ao lado dele. De solidão profunda. E você descobre que ele acha que saudade ou vontade de fazer carinho se resume a uma passada de mão na sua bunda ou uma apertada no seu peito. E você percebe que a vida dele, que você tanto colocou no pedestal, pode ser um pouco boba ou até mesmo triste. Em minutos você entende como ninguém o que te trouxe até aqui, tão longe dele. Me senti visitando meu próprio cemitério. Com amigos e amores mortos e enterrados. Pessoas que a gente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas. Pessoas que a gente lamenta a distância, afinal, já foram tão importantes e...será que não dá para começar tudo de novo e tentar acertar dessa vez? Pessoas que a gente tenta se agarrar para não sentir que a vida caminha para frente e isso significa, ainda que muito filosoficamente, que um dia vamos morrer. Nossos amigos vão ficando para trás, nossos amores, nossos empregos, casas...um dia seremos nós a desaparecer. Mas a lição que eu aprendi no sábado é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com todas essas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010



     Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu msn, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente pra enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, pra ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. Estar sozinha não muda nada, conheço bem esse estado e, de verdade, sei lidar até melhor com ele. O que me entristece, é ter visto em você o fim de uma história contada sempre com a mesma intensidade individual. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga pra minha solidão. Achei que elas pudessem sofrer juntas, enquanto a gente se divertia.

domingo, 22 de agosto de 2010

Pare, olhe, leia E PENSE!

   Minhas próprias amigas me chamaram de louca e insuportável, mas elas tinham toda a razão: eu era realmente louca e insuportável. Mas que mulher não seria louca e insuportável ao lado de um homem que, sempre sorrindo para disfarçar que é humano, sempre em bando para disfarçar que sente fraquezas e sempre dormindo para disfarçar que está vivo, não tem a menor idéia do que quer fazer agora, daqui dez horas e daqui dez anos? Que mulher não ficaria insana e desequilibrada ao lado de um homem que diz com a boca que ama mas não diz com os olhos, que diz com a boca que está ali para o que der e vier, mas não diz com os atos? Que mulher não ficaria infeliz e depressiva ao lado de um homem que não a beija na boca mais de quinze segundos porque o celular está tocando, que é incapaz de passar um fim de semana ao lado dela sem levar toda a trupe de meninos crescidos, que é incapaz de olhar nos olhos dela, um segundo que seja, e sentir que não precisa de mais nada? Que mulher não piraria e não ficaria chata ao lado de um homem cheio de músculos mas sem nenhuma força para ser um homem melhor? Não, eu não queria o homem perfeito que eu idealizei não, eu só queria um homem de verdade.
   Eu não coloco nele toda a minha felicidade, eu não quero mandar nele, eu não quero que ele deixe de ver a Lua ou curtir o Sol, eu só queria que ele demonstrasse com atos metade do que ele disse que me ama. Ou metade do que eu amo.
   Que mulher não seria digna de uma camisa de força ao ver que o homem que ela ama é o maior de todos os homens por dentro, mas insiste em ser um idiota, cercado de coisas, palavras, musicas, lugares e pessoas idiotas, por fora? Que mulher não babaria tomando choques na cabeça, ao saber que O HOMEM MAIS SENSÍVEL, PURO E LINDO DO MUNDO, INSISTE, POR MEDO QUE O MACHUQUEM, EM SE FAZER DE INVENCÍVEL E CAGAR PRO RESTO DO MUNDO?

   Eu só queria ganhar uns beijos e alguns olhares de amor, só isso.



         
           ( O resto do texto será publicado no momento certo )

Limite


   Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Algo entre uma santa e uma pilantra. Desde que no controle e irritada. Agora, não quero mais nada. De verdade. Atropelei o mundo e eu mesma. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é.

sábado, 14 de agosto de 2010

     "Eu tenho duas amigas lindas, e no máximo três amigos que me consolam, mas eu precisava só de você aqui, e agora a ficha caiu: Você não vai poder ser mais meu. Que merda de vida é essa?" - Tati Bernardi

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meu herói



   Meu pai nunca me tratou como uma menininha. Ele me ensinou a andar de bicicleta, a jogar bola, comer bobeira na rua, nunca teve aquela frecuragem típica de mãe de passar protetor solar de 15 em 15 minutos na praia. Nunca ouvi história de Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel ou Os Três Porquinhos, ele me ensinou a gostar dos mistérios do Chupa Cabra e das aventuras do Boneco Assasino. Antes de dormir, meu pai não lia livrinhos prontos, mas me fazia inventar histórias. Ele me deu a capacidade de sonhar. Acho que ele nunca soube de coisas tão pequenas que eu dedico um espaço enorme dentro de mim para guardá-las. 
   Vejo tantas pessoas com nojo disso e daquilo, com medo assim ou assado, e imagino como meu pai me deu a oportunidade de me tornar uma pessoa, ao meu ponto de vista,  sem frescuras. Isso é uma das coisas que eu mais admiro e tenho orgulho de falar que aprendi com meu pai, desde a vontade de comer aquele salgado de buteco até não mover esforços para fazer algo que me dá prazer. Não entendo de maquiagem, de moda ou de cabelo, mas se me perguntarem como foi o jogo de futebol do dia anterior sei citar detalhes. Isso é só mais uma das coisas que adquiri com meu pai. Além da aparência exterior ser enorme, a interior cada dia que passa me surpreende cada vez mais com nossa semelhança.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


     Vi um casal de velhinhos surdos brigando de pertinho. O amor é um casal de velhinhos surdos. Pode brigar, mas não vai embora. Fica perto.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Verdades que não precisam ser ditas



     Eu queria que você soubesse, meu amor, que sou dessas loucas. Dessas loucas que vai te chamar de meu amor, mesmo você estando na minha vida há apenas alguns meses. Dessas loucas que vai querer te matar só de pensar que, talvez, daqui cinco anos, você me troque pela "Claudinha", uma menina mais nova e sem as minhas manias insuportáveis que você ainda não conhece. E aí, mesmo eu te conhecendo há apenas uma semana, vou te odiar pelo que vou sofrer daqui a cinco anos. E vou te odiar, sobretudo, porque daqui uma semana, quando você se apaixonar pelas minhas manias insuportáveis, eu vou acreditar que você nunca vai enjoar delas. Eu sou dessas malas sem alça que vai ter ciúme dos seus amigos, dessas pessoas maravilhosas que te conhecem há muito mais tempo que eu. Essas pessoas maravilhosas que serão as primeiras a saber, daqui cinco anos, que você está comendo a vaca da Claudinha. Aliás, eles que vão te apresentar a vaca da Claudinha. Só de pensar nessa puta da Claudinha, sabe o que eu fiz assim que você desligou o telefone ontem? Eu liguei para o Pedro. Depois para o Teteu. Depois para o Willian. E deixei todos de sobreaviso: ando super carinhosa, gatos.
     No fundo, no fundo, não tenho a menor vontade de ser carinhosa com nenhum deles. Mas sou dessas idiotas covardes que quando percebem que estão gostando de alguém, resolvem gostar de vários. Só para banalizar o sentimento. Só para descentralizar a renda. Olha eu, fazendo piadinha meio de esquerda... olha eu, escrevendo meio parecido com você e dando nomes para personagens. Eu sei que gosto de alguém quando esqueço de não gostar tanto de mim. E eu gosto de você, mesmo sabendo que você gosta de mim por pouco tempo.
     Ai amor, amorzinho, amoreco, moreco. Eu odeio esses carinhos, odeio. Mas falo todos eles baixinho antes de dormir, para o espaço ao lado da cama que ninguém ocupa. E eu sou um pouco mais estranha do que ser estranha permite. Sou estranha além do charme de ser estranha. Eu sou sempre cinco anos na frente, eu já começo sofrendo com o fim, eu já tiro a roupa com o gosto meio vazio de resgatar as peças pelos cantos depois. Eu vivo o luto de tudo, antes mesmo de comprar uma roupa colorida pra curtir que você foi embora ontem, querendo voltar. Eu sei que você quer voltar. E eu sei que serei muito feliz por cinco anos, até a puta da Claudinha aparecer. Aquela vaca.
    Pensa bem, meu amor, pensa bem. Eu sou daquele tipinho típico de mulher. Daquele tipinho que rouba o seu celular enquanto você faz seu xixi feliz da vida, achando que conheceu alguém legal. Eu sou daquele tipinho raso, que vai xeretar seu orkut, tentando descobrir o que sua ex tinha que te fez demorar tanto para aparecer na minha vida. E vou odiar toda a sua história, e vou odiar que seus amigos sejam amigos da sua ex, e vou odiar que seus amigos vão adorar contar suas histórias do passado. E vou ficar quietinha, perdida, no canto da mesa. Querendo ligar pro Teteu, pro Willian e pro Pedro. Não que eles sejam melhores do que você, porque não são. Mas eu preciso fugir de você ser tão legal. Porque você é definitivamente muito legal, tão legal que não vai agüentar e me largar daqui cinco anos. Inebriado pela mente menos complexa, pelo peito menos angustiado e pela bunda mais dura. Da Claudinha, claro. Sempre ela.
    Ainda dá tempo. Ainda dá tempo de você se libertar do meu cheiro de perfume, que você gosta tanto. Cai fora, irmão. Cai fora.
    Não demora muito para eu começar a competir com você. E querer ser melhor que você. E querer isso justamente para que você nunca deixe de me admirar. Mas eu, mais uma vez, sem ter medida de nada, vou te sufocar com meu saquinho furado. Meu saquinho onde todo e qualquer amor ainda é pouco. Porque meu vazio é imenso.
    Já imaginou só? Já imaginou quando algum amigo seu apontar e falar: quem é aquela louca ali, berrando no meio da festa e pegando um táxi? E você vai ter de voltar sem graça, e explicar: ela se irritou porque eu peguei a última água com gás sem perguntar se ela queria. É isso o que você quer para a sua vida? É isso? Uma mulher que bebe refrigerante quente em pleno verão do Nordeste receosa pela procedência do gelo? Uma mulher que tem mais medo de vomitar do que de paraglider? Uma namoradinha meiga que a qualquer momento pode soltar 345 palavrões no seu ouvido só porque você tem mais coisa pra fazer da vida do que me idolatrar?
   Combinado, então? Você vai ler agora esse texto, ficar meio tristinho, afinal de contas não é todo dia que se perde uma mulher como eu, mas vai ser forte e terminar tudo. Terminar tudo e ir logo de uma vez conhecer a puta da Claudinha. Essa vaca.
   E aí, daqui uns cinco anos, quando você descobrir que mulher é tudo a mesma coisa, quando você estiver enjoado das manias insuportáveis da Claudinha, quem sabe algum amigo seu não me apresente a você. E quem sabe a gente não é feliz pra sempre?

Pela noite de ontem


     Semana passada liguei pro meu melhor amigo e convidei para uma saída. A gente não se falava desde o ano novo do ano passado, quando tudo deu errado pro nosso lado. De tempos em tempos sumimos, falamos umas coisas horríveis de quem se conhece demais. Ele topou desde que fosse daqui pra frente, preguiça de conversar da briga e tal. E fomos. E com meu coração tão calmo eu voltei a sentir o soninho de sofá de casa com manta que sinto ao lado dele. A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de beijar e passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more do outro lado do mundo. Somos pra sempre. Ele conta do filme que tá fazendo, eu do livro. Os mesmos há mil anos. Contar é sem pressa de acabar. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. É um exibicionismo orgânico, como se meu silêncio pudesse continuar me vendendo como uma boa pessoa. É isso. Ele me viu de cabelo amarelo enrolado. Eu lembro dele gordinho e mais baixo. Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes. Mas meu melhor amigo é meu único amor. O único que consegui. Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que foi a nossa velha história infantil. Que bom que mesmo depois de dois anos, você ainda me conheça como a palma de sua mão, me deixando assustada por saber detalhes de mim que nem eu mesma sabia. E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica.

domingo, 8 de agosto de 2010


      Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido que então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo. Porque é preciso saber viver. Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo. E a gente ainda precisa ser superequilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando.


      Não somos um casal melado, na verdade nem somos um casal, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso sentimento. Quer dizer, a gente duvida, mas a gente é louco. E o homem perfeito teria a maior paciência do mundo em me curar dessa loucura, e você tem a maior paciência do mundo em aumentar a minha loucura. Você pode não ser o homem perfeito de boa-vida, mas certamente eu o trairia com você, porque no fim desses dias a única vontade que eu tenho é de deitar no seu peito e sentir seu cheiro, te dando mil beijos, olhando dentro dos seus olhos e dizendo o quanto nenhum dos homens que eu tive chegaram aos seus pés, nenhum deles chegaram onde você chegou. Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. Eu nem consigo dizer pra você desse amor, por medo da minha loucura e intensidade atrapalhar o que nós construimos nesse tempo com tanta calma. É muito, quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja. E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo. Me fez perceber que entre qualquer homem do mundo eu escolheria você. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

Que não se acabe nunca



        E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve. Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para a sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo entender? Sabe se achar bonita mesmo de pijama e olheiras? Sabe ter ânsia de vômito segundos antes de vê-lo e ter fome de mundo segundos depois de abraçá-lo? Sabe não aguentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado? Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. E aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa.

Bagunças



     A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

domingo, 1 de agosto de 2010

Presente de Deus

Dizem que nossa vida depende de quem escolhemos para compartilharmos tudo o que nela acontece, e eu digo com toda certeza que se levar em consideração essas minhas escolhas, não vou poder reclamar da vida por um bom tempo. Mesmo sem pedir, pessoas entram na nossa vida, e ocupam lugares enormes em nosso coração. Foi bem isso que aconteceu, eu nunca poderia imaginar que aqueles nossos desabafos fossem ser base para construir algo tão verdadeiro e recíproco.  É muito mais que um sentimento de amizade, é como se fosse um amor fraterno, pois eu te protejo como se fosse minha irmã, sou capaz de mover céus e terras para não te ver sofrer por um segundo sequer, é realmente amor de irmã, como se eu te conhecesse desde o dia que você nasceu, e de fato eu te considero como uma irmã. Amizade é muito mais do que compartilhar momentos bons e ruins .. é por um simples olhar saber em detalhes o que se passa com a outra, é ficar fazendo graça pra poder tirar um simples sorriso do seu rosto em uma situação ruim, é poder ter a certeza que mesmo que o mundo desabe, eu posso olhar pro lado e saber que você tá ali comigo. Sei que hoje não é nenhuma data especial pra mim estar falando tudo isso, não é seu aniversário, dia do amigo nem nada, mas é que me deu uma vontade enorme de dizer que eu agradeço todo santo dia por ter entrado naquele cursinho, e agradeço mais ainda ao Papai do Céu por ter me dado a oportunidade de conviver e crescer tanto com você. Você é um anjo, o meu anjinho.

Vale a pena?


    "Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão, a mente pode te alimentar com flores."
   Caio Fernando de Abreu, como sempre, dizendo verdades difíceis de se ver.

Zilhões de vezes


   Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente. Ainda estou com este riso bobo na cara. Pode ser mesmo que isso passe, pode ser que amanhã eu acorde e você tenha ido embora. Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados. Zilhões. Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era acordar todos os dias e sentir aquele gosto de merda na boca. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas e com o seu medo de beijo na orelha você acaba de me salvar. Este texto é pra te falar uma coisa boba. É pra te pedir que não tenha medo de mim. Sabe esses textos que eu já te mandei falando mil e uma coisas? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria que isso que eu tô sentindo agora durasse mais de uma semana. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo de mim. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o sol no meu olho, a Claro, meus pais, o vizinho com o som alto, o carro que estragou, aquele cara que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, que você me ligou com a voz mais linda que eu já ouvi, e me chamou de "minha linda". E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros.
    Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo. Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me dizendo sem graça que não sabe como fazer ser especial. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que tivesse medo de não ser especial. Mas não precisa ter medo, você é mais do que isso.
     Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Alguns meses? Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza. Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida. Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você com ciumes bobo de mensagens de gente sem importância no meu celular. Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com as neuroses da minha mãe, com o som do vizinho e até com a atendente da Claro que me deixa falando sozinha. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar chupão. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Você salvou meu dia, minha vida, zilhões de vezes.